EM SOMBRIO, CARROS DE BOI FICARAM EM CASA, MAS A COMUNIDADE FESTEJOU SÃO PEDRO

(29/06/2025) Cheguei à comunidade bem mais cedo do que costumo chegar nos lugares em que vou presidir alguma Celebração. Na manhã deste domingo, o dia começou ainda de madrugada para os membros da equipe de festeiros e demais lideranças da comunidade.

No Salão Paroquial logo cuidaram de fazer café, pois o frio e o alto índice de umidade atmosférica, por conta da chuva que perdurou por toda a noite, exigiam algo bem quentinho para se beber. A equipe de trabalho da cheff Luciane, responsável por preparar o almoço, estava a postos e havia grande agitação na cozinha. Era um tal de panelas pra cá, travessas e legumes pra lá... e fogo no fogão.

Havia fogo também na churrasqueira, e os homens que lá trabalhavam, estavam bem concentrados em suas lidas com carvão e com aquelas caixas cheias de grandes pedaços de carne. Encontrei gente aprontando as mesas e ajeitando os bancos, enquanto outros fixavam cartazes com os preços dos produtos a serem vendidos e conferiam o local dos Caixas. Notei que tudo estava bem limpo, sinal de que já tinham trabalhado muito, bem antes de eu chegar. Estavam muito alegres e aparentemente tranquilos.

Eu ainda estava preocupado se o tempo iria se firmar, mas pude olhar lá das montanhas, que a planície estava clara e, no horizonte, lá para os lados das praias, já não havia mais aquelas nuvens escuras.

A aguardada carreata de carros-de-boi foi suspensa na noite anterior. Algumas pessoas ficaram pesarosas, afinal, apenas da comunidade, seriam trazidos mais de trinta carros! Mas foi compreensível a decisão da Comissão e ficou tudo bem. E já se está planejando outra ocasião para colocar bois e carreteiros na estrada; e será uma grande festa para recordar aqueles tempos passados nas casas dos pais e avós.

Eu quis conferir os animais que foram doados para São Pedro, o festejado deste dia, juntamente com São Paulo. Mas, aqui na comunidade de Sombrio, em Tubarão, junto com o padroeiro, faz-se homenagens à Senhora da Glória. Com todo respeito e veneração que cultivo pelo grande Apóstolo dos Gentios, ficou muito bom colocar a imagem da Mãezinha de Jesus junto com a de Pedro, a quem o Mestre disse: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja e o mal não prevalecerá sobre ela” (Mt 16,18).

Cuidadosamente, andei por sobre a grama encharcada até o curral, onde os tais animais foram recolhidos e expostos. Reses bem formadas, traziam a genética dos Nelore, Jersey e de uma outra raça que eu não conhecia. Aliás, tenho familiaridade quase zero com esse negócio de gado. Mas aquela vaca e os novilhos, a mim, pareceu-me serem bem bonitos.

À tarde, eles foram leiloados, com grande divertimento da ‘homarada’ (é claro que havia mulheres também!) lá presente.

O sino tocou lá no alto do campanário, anunciando que estava na hora de iniciarmos a Santa Missa festiva. A capela de São Pedro estava repleta de fiéis. As imagens do Santo e da Santa continuavam lá na frente, ao lado esquerdo da assembleia, próximo à capela do Santíssimo Sacramento, como foram deixadas ontem, após a procissão motorizada (sob chuva). A rapaziada do Ministério de Música Paráclitos estava a postos e acolheu a assembleia com suas canções.

Eu presidi a Santa Missa da Solenidade de São Pedro e São Paulo, sem deixar de me referir à Nossa Senhora da Glória em vários momentos. Afinal de contas, eles são ‘amigos’ de Jesus, mas ela é a Mãe; e, como reza o adágio popular, ‘mãe é mãe!”.

A Igreja reunida louvou a Deus e deixou-se tocar pela Palavra de Deus e pelos mistérios celebrados durante a Missa. Auxiliando-me no altar estavam os coroinhas Pedro e João. Com seu jeito pueril, os irmãos de seis e oito anos chamaram a atenção da assembleia, encantando a todos com sua graça. Estavam atentos às instruções de Nicolly e Yara, coroinhas mais experientes. Tudo acontecia sob os olhares cuidadosos do Carlos Eduardo, o Ministro da Eucaristia que serve a comunidade há muitos anos.

A pergunta de Jesus aos Apóstolos mexeu com toda a comunidade: “quem eu sou para você?” ou “o que você diz a meu respeito?” (Cf. Mt 16,15). É que a resposta a esta questão tem consequências. Se eu reconhecer que Jesus é o Senhor do meu coração, o Salvador de minha vida e de minha alma, que Ele é a ‘cabeça’ da Igreja e nós membros de Seu Corpo, então o jeito de eu viver o Batismo terá que refletir essa fé.

Foi assim na vida de Pedro e Paulo e de todos os santos e mártires. Pedro vacilou várias vezes na sua caminhada com Jesus, tanto que o Senhor até lhe chamou a atenção: 

“Por que você não quer que Eu cumpra a minha missão? É preciso que o Filho do Homem seja condenado, morto e ressuscite a fim de abrir as portas do Céu para todos. E você está sendo um Satanás para mim ao agir desse jeito” (Cf. Mt 16,23). 

Mas, esse mesmo homem turrão, é aquele que declarou seu amor ao Mestre: “Senhor, Tu sabes tudo! Tu sabes que eu te amo!”(Jo 21,17). E irá gastar a sua vida, até o fim, para levar a mensagem de Jesus adiante. E abraçará a cruz de Cristo como lugar do seu martírio também.

Paulo, – diferentemente de Pedro, que era da beira-mar, pescador, pobre e analfabeto, – nasceu e se criou no ambiente urbano, nascido em família nobre, estudou nas melhores escolas e aprendeu vários idiomas. Estudou a Torá, os livros dos Profetas e os ensinamentos dos rabinos contidos no Talmude. 

Após seu ‘encontro sobrenatural’ com Jesus ressuscitado, quando ia perseguir cristãos em Damasco, converteu-se e tornou-se o maior missionário da Igreja. Amados pelos cristãos, Pedro e Paulo recebem de nós igual veneração. Eles nos animam a permanecermos firmes na fé até o fim.

Chegando o final da celebração, a comunidade cumprimentou um casal que celebrava 40 anos de Matrimônio.

Concluída a função, as pessoas dirigiram-se ao Salão para o almoço. Já havia muita gente lá dentro e o almoço estava sendo servido e saboreado por todos. Aos poucos, aquele vuco vuco inicial cedeu lugar à tranquilidade e os convivas puderam passar o restante da tarde conversando e brincando de binguinho.

O êxito de uma festa religiosa é aferido não apenas pelo resultado financeiro obtido, tampouco pelas avaliações técnicas se tudo que foi planejado correu bem; mas, também (e sobretudo), se a comunidade tornou-se mais fraterna, mais alegre e mais santa. Os frutos, a seu tempo, com a graça de Deus, virão.


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