EM TUBARÃO, DURANTE CHÁ CULTURAL, POETAS ANÔNIMOS E CONHECIDOS CELEBRAM O DIA MUNICIPAL DA POESIA

(24/09/2025) A Fundação Municipal de Cultura e a Academia Tubaronense de Letras se uniram para celebrar, pela primeira vez, o Dia Municipal da Poesia. O ‘Chá com Poesia’ que marcou a efeméride, aconteceu nesta tarde, na Casa da Cidade, no centro de Tubarão, atual sede da ACATUL. Em si, no belo palacete azul que encerra mil histórias, sob a luz do lustre encantador da Sala de Reuniões, temos um verdadeiro palco para os poetas anônimos e conhecidos da cidade desfilarem seus saberes e sentimentos em prosa e versos.

A escritora Marilene da Rosa Lapolli, Presidenta da ACATUL, dirigiu o evento. Primeiramente, fez uma merecida homenagem ao Dr. José Warmuth Teixeira, que desde 2023 é o Presidente de Honra da Academia. Na altura de seus 92 anos de idade, ao longo de 55 anos ele foi anestesista na cidade, fundador da ACATUL e do Museu Ferroviário, dentre outras atividades sociais.

Ele brindou os presentes declamando uma de suas poesias, nomeada “Amando e poetando”. Mas, antes de apresentá-la, quis fazer um preâmbulo: 

“Esta poesia foi feita num estilo antigo, embora não seja antiga. Possui métrica e rima, uma redondilha maior, com acentuação na sétima sílaba. Ela foi publicada no único livro de poesias que eu lancei. E faço uma outra observação: é para ser recitada pelo poeta para a mulher amada”.

“Estou sonhando em ser poeta; na vida, uma grande meta.

Rimas, eu sabia fazer, consonância acontecer.

Só faltava a inspiração; coisa lá do coração.

Seria uma alma gêmea, carinhosa e muito fêmea?

Criaria eu tercetos, ou comporia sonetos?

Melhor seria uma ode, ou isso é para quem pode?

Então, encontrei você e fiquei à sua mercê.

Daí, misturei fonemas e logo surgiram poemas.

Você é a minha musa! No meu coração, reclusa.

Você, nos meus sonhos vejo, e só seus carinhos desejo.

Hoje escrevo poesia, como nunca eu faria

sem você na minha vida, meu amor, minha querida.”

O escritor Gilmar Corrêa, Vice-presidente da ACATUL, também apresentou um de seus muitos poemas: “Tempo”.

Por que reclamo do tempo? O tempo passa, o tempo voa.

O tempo é tão precioso e eu não o deixo passar à toa.

Eu me preocupo com ele, dizendo que foge o tempo.

Será que passa correndo, feito tempestade e vento?

Não há tempo para nada. Tudo passa, tudo corre.

Dizem que ele passa; todos dizem que ele passa.

Ninguém diz que ele morre.

Passa o tempo, passa a vida, passa tudo tão ligeiro;

e eu fico aqui parado: dias, meses, ano inteiro...

Dizia um certo sábio que sempre nos enganamos;

dizemos que o tempo passa, mas somos nós que passamos.

 

Natural de Jaguaruna, a jovem poetisa Alice, foi chamada a apresentar uma de suas poesias. Ela levantou-se do seu lugar e questionou sobre qual tema gostariam que ela abordasse. A Marilene sugeriu o tempo. Então, a jovem falou espontaneamente:

“O tempo, todos sabem que passa.

Eu até poderia dar alguma opinião

com minhas rimas singelas.

Bom, eu poderia falar de maçãs;

é doce, tem gosto bom e tem a época dela.

Mas eu poderia falar de você que,

por um tempo, que também já passou,

e nem me viu na janela, atrás das floreiras coloridas,

naquela tarde de primavera.”

Alice recebeu os cumprimentos dos presentes e pediu para recitar um outro poema de sua lavra. Então, a Marilene brincou: “Já temos uma Academia Brasileira de Letras – secção Jaguaruna e, em breve, será que teremos uma Academia Jaguarunense de Letras?”. A jovem poetisa declamou mais um de seus textos, também com a temática do tempo.

“Ei, tempo, ouça-me. Preciso de um tempo.

Calma. Espera. Não corre tanto.

Estou perdendo fragmentos de meu coração

pelos caminhos que eu mesmo intercepto.

Eu preciso parar um pouco, descansar. Boa noite.

Sonhar sob a luz da lua e me encantar com a luz das estrelas.

Lá vem o crepúsculo; beberei o orvalho da noite.

Pedirei o abraço do vento para lembrar-me,

depois que submergi em mares revoltos.

Por que eu tenho medo? Ainda perguntas, ó tempo?

A conversa será longa e tu estás passando.

Para o relógio; eu te peço, velho amigo.

Senta aqui um pouquinho;

ouve os pássaros, lê minha poesia, toma um vinho.

Pode até me contar um segredo, me falar de teus amores.

Ah, chega de pressa.

Parece que você não vive; só sabe passar.

Foges de quê, querido tempo?

Não amas, não beijas, não sentes saudades?

Vai. Está na hora de parar. Vem ver o que eu escrevi.

Talvez você se encante e até comece a se questionar.

Não, não chores, ó tempo.

Eu só queria que você entendesse

que não precisa ter tanta pressa.

Você passa tão depressa que nem deixa o melhor acontecer.

Se quiseres, podes ir; mas me deixa aqui só esta noite,

pois eu preciso sonhar, antes de, uma vez, partir.”

Enquanto a cidade anoitecia e a luz do entardecer, paulatinamente, desaparecia por entre os edifícios, as lâmpadas artificiais foram se iluminando e revelando outras nuances de beleza de Tubarão. Vários outros poetas declamaram suas poesias, iluminando com cultura e emoção os corações dos apaixonados por arte que ali permaneciam celebrando o primeira Dia Municipal da Poesia.


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