(13/08/2025) Com a presença da Presidente do Conselho Estadual da Educação/SC e Secretária Adjunta da Educação de SC, a Prof.ª Patrícia Lueders, nesta tarde, na Biblioteca da UNISUL, em Tubarão, durante Sessão Solene aconteceu a entrega de Diplomas do Mérito Educacional Catarinense.
A comenda foi destinada às professoras Mariazinha Espíndola e Amaline Boulos Issa Mussi. Essa, impossibilitada de estar presente por questões de saúde, fez-se representar pelo seu neto Dr. Édison Fernando Peicher de Carvalho Neto.
Natural do Rio de Janeiro, Prof.ª Amaline é graduada em Letras, Mestra em Literatura Brasileira, Doutora Honoris Causa pela UNISUL, atuou em vários Cursos Superiores e foi Pró-Reitora da UNISUL. Ocupa a Cadeira nº 28 na ACATUL, sempre atenta aos movimentos e atividades literárias da instituição.
Ao agradecer o homenagem à matriarca de sua família, Édison recordou e destacou algumas características especiais da querida professora.
O recado da vovó.
Propósito. Eu me chamo Édison Fernando. Venho aqui representar minha avó Amaline nesta bela homenagem. As palavras dela: ‘Netinho, nosso CEE confirmou e passa a constar em seus anais referência ao longo período de minha vida... 30, 60 anos, querido... você sabe, dos 85 da vida da vó dedicados ao Magistério! Abraço emocionante e vitalizador, que lhe peço retribuir ao Conselho. Com meus agradecimentos, em meu nome, simples, em nome de nossa família, de nossas raízes, que recebo e que compartilho com estudantes, professores e outros profissionais, então grandes parceiros. Todos!’. Em meu nome e em nome de minha avó, professora Amaline, e de toda a nossa família, registro o nosso mais sincero agradecimento ao CEE por esta honrosa homenagem.
Extrato biográfico.
Propósito. Licenciada em Letras em 1965, o início de sua história na docência é bem anterior, simultâneo aos tempos de sua alfabetização, que decidiu compartilhar com Elisabeth e Diva, auxiliares em sua casa, no Rio de Janeiro. Após seu casamento com meu avô Mengalvio Carlos Mussi, a jovem carioca de 22 anos passou a residir em Orleans, onde deu à luz dois filhos: Mengalvio Júnior e Guilherme Mussi, iniciando, talvez, o maior desafio de sua vida docente: educar as pessoas que mais ama. Teve ainda a oportunidade de lecionar no Grupo Escolar da cidade, compartilhando caminhos e ideais com seus próprios alunos.
Em 1972 a família se muda para Tubarão, onde foi morar na casa em que a minha avó vive até hoje. Logo na chegada, aceita o convite para lecionar Língua Portuguesa e Língua Francesa no Colégio São José.
Vida ligada à UNISUL.
Em 1975 é convidada a compor o quadro docente da Fundação Educação do Sul de SC onde, no correr dos anos 80, junto de seus exímios colegas, participa da criação da UNISUL. Simultaneamente prestava um trabalho prestigioso à sociedade num grupo de escritores e redatores da Editora Unisul, da Editora Unisul Virtual e da Editora Ofício, escrevia para jornais locais e dava palestras a convite. Até o ano de 2018 atuou no programa de Língua Portuguesa e de Cultura Brasileira para expandir a UNISUL.
No decorrer, levou o Brasil e a UNISUL ao México, à Espanha e à Alemanha; e recebeu na UNISUL estudantes de intercâmbio dos mais diferentes países, assim como membros de corpos diplomáticos e empresários, integrando-os culturalmente aos seus próximos interlocutores. Cidadã tubaronense, Doutora Honoris Causa pela UNISUL, obra ficcional e teoria aplicada. Professora Amaline também integra o quadro de titulares da ACATUL.
Mais do que escrever bem.
Propósito. Honestamente, não me parece difícil falar sobre sua carreira. Ouso mesmo dizer que seria redundante. Opto então, por uma abordagem menos convencional do que aquelas tradicionalmente adotadas por minha avó em seus discursos: discretos, menos convencional, não admite vocativos. Lembro-me da primeira redação que fiz na 8ª série: tirei a nota 2,5. Então, pensei comigo: graças a Deus eu tenho uma professora particular em casa para me ajudar. Dito e feito.
Usando o olhar mais choroso que consegui, busquei, além de sua empatia, algumas horas de sua apertada agenda. Mal sabia que não precisava de tanto. Como de costume, a vó Amaline me assegurou o tempo que eu necessitava. Eu só não esperava que uma professora universitária conseguisse traduzir a linguagem técnica sobre lógica de coesão e argumentação para uma criança de apenas 13 anos, em apenas uma hora.
Com o tempo, aprendendo o método que minha avó havia desenvolvido para mim, posso dizer que me tornei um aluno nota 9,0 na matéria. Não cheguei à nota 10 apenas porque minha caligrafia hieróglifa nem a professora Amaline conseguiu resolver.
O sentido da vida.
Propósito. Em ‘Crepúsculo dos Ídolos’ (1888), Nietzsche afirma que ‘aquele que tem um porquê para viver pode suportar quase qualquer como’. Assim, eu lhes pergunto: que vida é mais feliz do que aquela vivida ao redor do seu propósito? Ao meu ver, nenhuma.
Neste sentido, compartilho uma lembrança minha, do ano passado. Inconformado com o fato de que, mesmo tendo a acentuada debilidade visual, focal e de deslocamento, vó Amaline continuava trabalhando incontáveis horas para cumprir religiosamente os prazos assumidos, apoios assegurados, parcerias em textos e mais textos e longos estudos. Então, resolvi questioná-la: ‘vó, já não está na hora de parar de trabalhar e curtir a vida e ir à Paris, como sempre sonhaste?’. Sua resposta foi calma e suave: ‘Netinho, mas como, sem fazer o que amo?’.
A chama acesa.
Propósito. Naquele momento eu percebi algo que talvez a maioria demore a vida inteira para perceber: propósito! Propósito, amigos, não é apenas o que fazemos, mas a chama que nos mantém vivos por dentro. Nietzsche tinha razão: o ‘porquê’ nos sustenta, pois ele não é apenas um remédio para nossas dificuldades, mas também o farol que nos orienta e o combustível que nos move.
Hoje, o propósito de minha avó já atravessou fronteiras, famílias e gerações e se materializa com todos os que aprenderam com ela, seja no escrever uma redação, seja no olhar o mundo de uma maneira diferente.
Um legado.
Se tirássemos os reconhecimentos, as conquistas e os títulos, garanto a vocês que, para Amaline, sua jornada permaneceria intacta, com os mesmos sentidos e valores. E é por isso que hoje nos reunimos para celebrar mais do que uma carreira, e sim um vida inteira vivida em torno de um propósito. Enfim, amigos, – Propósito! – propósito esse que se transformou num legado. Muito obrigado!
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