(13/08/2025) Ao longo de toda a Sessão de Entrega do Mérito Educacional Catarinense, ela permaneceu com os olhos marejados e um puro sorriso nos lábios. Trata-se da Prof.ª Maria Felomena, a conhecida Prof.ª Mariazinha, por ocasião do recebimento da honrosa comenda do Governo do Estado.
Tal Diploma é “uma honraria destinada a reconhecer educadores e instituições, autoridades e outras personalidades que tenham contribuído de forma significativa para a Educação catarinense”.
Além desta
educadora, também a Prof.ª Amaline Mussi, a Fundação InoversaSul e o Colégio
Dehon receberam a merecida homenagem. Várias autoridades e populares
prestigiaram o evento que aconteceu nas dependências da Biblioteca da UNISUL,
em Tubarão.
A Prof.
Mariazinha, que estava acompanhada de seu esposo Pedro e familiares, nasceu em
Grão Pará no ano de 1941. Licenciada em Letras, Português e Francês, é
Especialista em Língua Portuguesa. Por mais de 50 anos foi professora nas redes
estadual e privada, atuando na Educação Básica e no Ensino Superior, onde também
exerceu a função de Coordenadora de Curso e de Programas. Atualmente, ela ocupa
a Cadeira nº 20 da ACATUL, com importante contribuição à Literatura,
especialmente a Infantil.
Durante a
cerimônia, ela ouviu vários discursos que enalteceram sua missão como educadora
ao longo de toda a sua longeva vida profissional. E manifestou-se através de um
discurso que foi lido por sua filha, a Prof.ª Cláudia Espíndola. Ei-lo a
seguir.
Recebo, nesta data tão simbólica, o Diploma do Mérito Educacional Catarinense com profunda emoção e sincera gratidão. Ao olhar para esse caminho, já longo, que hoje carrega as marcas da idade e da experiência, sinto-me tocada pela generosidade deste reconhecimento que me foi concedido por indicação por indicação dos estimados Conselheiros Maristela e Felipe Felisbino, aos quais agradeço de coração. São meus ex-alunos e também meus colegas de trabalho.
Vocação
assumida.
Estar aqui octogenária, com a alma acesa pelo ideal da Educação, é reviver cada instante vivenciado nas salas de aula, nas formações, nas construções coletivas, nos desafios e nas alegrias que só quem vive a Educação por vocação conhece. Cada segundo foi vivido com entrega, cada aluno, cada colega, cada projeto... cada passo valeu a pena. E, hoje, esse reconhecimento me permite dizer com sinceridade e convicção: valeu a pena!
Coração aberto.
Agradeço ao Conselho Estadual da Educação não somente pela homenagem, mas por seguir sendo uma instituição que honra a Educação Catarinense, com responsabilidade, compromisso e visão de futuro. Sinto-me emocionada ao ver serem homenageadas as duas instituições que habitam meu coração. Ambas fazem parte indelével de minha história educacional e da qual eu ajudei a construir com amor e propósito. À elas, também, minha gratidão e reconhecimento.
Educar é semear.
Levo comigo, neste momento, o sentimento doce da missão cumprida e deixo como mensagem que a Educação é e sempre será uma semente de eternidade. Obrigado por me permitirem florescer nesta seara. A vida do educador é, acima de tudo, plantar; plantar sementes de conhecimento, de cidadania, de dignidade humana! É um ofício silencioso, mas profundamente transformador, que exige fé no invisível, esperança no futuro e amor incondicional pelo outro.
A arte de florescer.
Hoje, com o coração enternecido pela felicidade de ver muitas dessas sementes se tornarem árvores frondosas, meus ex-alunos e ex-alunas que florescem em tantas áreas da sociedade, que distribuem frutos, que têm mudado a realidade, tocado vidas e transformado o Brasil com o seu agir consciente, ético e comprometido. Nunca imaginei viver o bastante para, um dia, celebrar o meu próprio florescer. Honra e gratidão.
Este momento é mais do que uma homenagem, é uma colheita simbólica que me emociona e me honra profundamente; é o reconhecimento de uma trajetória que agora se ilumina com a generosidade de um gesto institucional coroado pelo egrégio CEE, a quem dedico minha mais sincera reverência e gratidão. Recebo este Mérito como quem recebe uma bênção: com humildade, alegria e senso de responsabilidade.
Que esta homenagem inspire outros educadores e educadoras a seguirem semeando, mesmo quando o terreno parecer árido; pois, como nos ensina a própria vida, a semente certa plantada com amor sempre encontrará um jeito de florescer.
Jardim da
esperança.
Encerro com palavras de uma alma que tanto admiro, Cecília Meireles, a dona da Cadeira nº 20 da ACATUL ocupada por mim, que, com sua delicadeza firme, expressa o que também sinto: ‘aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira’. Que esta homenagem seja, também, uma primavera em mim e que sigamos todos cultivando a Educação como jardim da esperança, da justiça e da humanidade. Muito obrigada! Maria Felomena.
De pé, a
assembleia aplaudiu a mensagem em mais um gesto de apreço e admiração à ‘eterna’
professora Mariazinha. Sessão de fotos e coquetel encerraram a festividade.
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Trailer do filme ALBERTINA: https://www.youtube.com/watch?v=3XggsrQMHbk
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