ZEQUINHA HEINZEN – CONSTERNADA E AGRADECIDA, VARGEM DO CEDRO ENTREGA MAIS UM FILHO SEU

 

(27/04/2024) 

“Aos 68 anos de idade, partiu de nosso meio José Heinzen, deixando sua esposa Roseli, quatro filhos (Fátima, Neymar, Cristiano e Cleito), um genro, três noras, cinco netos e um bisneto. Tio Zéca, seu Zé, Zequinha ou Fathinha, como quer que o chamemos, sabemos que teve uma vida marcada pelo compromisso e pelo amor à sua família.” 

Foi assim que Roberto Sehnen, sobrinho do falecido, iniciou a homenagem ao seu tio nesta tarde, durante a Missa de Exéquias, na matriz São Sebastião, de Vargem do Cedro. 

Toda a comunidade ficou enternecida com o agravamento da sabida enfermidade do seu Zequinha. Seus pulmões estavam muito prejudicados por enfisema que lhe dificultavam a respiração e ter uma vida normal. 

Numa dessas tardes de sol, eu o encontrei sentado na varanda de sua casa, acompanhado de sua esposa e de sua sogra Tabita, uma senhora quase centenária. “Tomando uma fresca, seu Zequinha?”, lhe perguntei. Ele meneou a cabeça negativamente e, fitando-me, respondeu num lamento: “é, mas o ar não entra dentro de mim”. Mesmo assim, ainda arrastou um banco para que eu pudesse sentar ali junto com eles. 

A prosa foi boa, mas, infelizmente, a enfermidade estava consumindo as forças físicas daquele homem e quase não havia muito a se fazer. Contudo, permaneciam fortes nele os valores da acolhida, da amizade e da fé. 

Aliás, percebi o quanto a comunidade ficou preocupada durante o período da última internação do seu Zé; e eu pude recordar isso durante a homilia exequial: 

“Irmãos e irmãs, nestas últimas semanas, nós fomos acompanhando o drama vivido pela família do seu Zequinha e da D. Roseli. Quando chegava até nós uma notícia boa, nós nos alegrávamos, agradecendo a Deus; mas, quando vinha uma notícia mais dura, nós suplicávamos pelo auxílio de Deus. Nos últimos dias as coisas se complicaram e ele precisou ser internado mais de uma vez nos hospitais. 

Ainda me lembro de nosso último encontro: foi na Semana Santa, quando ele havia retornado do hospital. D. Roseli me acolheu e me encaminhou para o quarto, aonde ele estava deitado. Ao ver-me chegar, ele reclamou: ‘não, não posso receber o padre aqui na cama’; e levantou-se bem disposto, sorridente, e fomos até a sala, onde ele sentou-se na poltrona. Mas não sem ouvir a prudente observação da esposa: ‘calma, não precisa andar tão rápido, pois você acabou de chegar do hospital’. 

Mas ele se sentia forte e estava feliz por ter retornado à sua casa e à sua família, e com a minha presença ali. Então, rezamos juntos e conversamos um pouco. Eu vou guardar dele aquela imagem, bem como as lembranças de tantas vezes que o vi sorrindo, atencioso e fazendo questão da presença da gente ali com ele.” 

Seus filhos e familiares mais próximos não se esquecerão facilmente de quem foi aquele homem. Roberto, em seu depoimento, testemunhou: 

“O tio era extremamente amoroso e carinhoso, tanto com os filhos quanto com seus sobrinhos. Amor esse que se multiplicou com a chegada dos netos, em especial do Vinícius, seu parceiro diário de ensinamentos e até travessuras, sempre bem disposto e com uma piada pronta. E quanta farinhada a gente fez juntos! Mesmo com dificuldades, não deixou nada faltar à sua família; nem mesmo nos últimos tempos. 

Ele sempre fez tudo o que foi possível e fez questão de lhes ensinar tudo o que sabia; e, inclusive, acompanhava-os para ter certeza de que tinham aprendido. Em especial, era mais exigente com os filhos e, diante de uma tarefa, sempre dizia que ainda havia ficado um pouco torto. Fica a saudade, mas, principalmente, como herança, ficará a lembrança do seu amor e do seu carinho para conosco”. 

Eu e o seu Zé nos conhecemos um pouco mais por ocasião da construção da passarela sobre o açude, ao lado do nosso Museu Paroquial. Inclusive, a chamamos ‘Passarela da Amizade’. Durante o trabalho, eu lhe perguntei: ‘seu Zequinha, eu vou conseguir passar sobre essa passarela?’; ao que ele me respondeu, com seu habitual bom humor: ‘claro, padre, se o senhor não engordar tanto’

É comum as pessoas comentarem dessa alegria jocosa que lhe era peculiar e, por isso, todos se sentiam bem quando estavam próximos dele. Realmente, alguém que tira tempo para brincar com uma criança, não pode ser uma pessoa má. Um avô que se dedica a fazer estripulias com o neto, só pode ter muito amor no coração. Por isso, é importante sempre recordarmos as coisas boas deixadas por aqueles que nos precederam na eternidade. 

Infelizmente, o seu Zequinha partiu tão cedo e isso é, realmente, muito doloroso. Todavia, olhemos para trás e percebamos o quanto Deus foi generoso com ele e como tem sido bondoso para conosco também. Deus no-lo deu como um irmão de caminhada. 

De fato, havia dentro dele muito amor para com a sua família e senso de pertença e de compromisso com toda a comunidade. A sua fé o sustentava. Eis aqui mais um aspecto pelo qual devemos louvar a Deus. E a verdadeira fé se transforma em obras. 

Foi por isso que Jesus nos exortou a olharmos as suas obras, pois elas comprovam quem Ele era e o que Ele queria ensinar. Através de sua vida, Jesus revela o rosto amoroso e misericordioso do Pai. Sim, Deus é amor, faz-se próximo dos filhos, é seu cuidador amoroso. Imagino Jesus brincando com as crianças, fazendo estripulias e se divertindo com elas. Penso que poderiam ser brincadeiras semelhantes àquelas que o seu Zequinha fazia com seus netos. 

Assim como seu Pai, Jesus era acolhedor, atencioso, puro e perdoador. Quando Ele se preocupava com os enfermos, mesmo com aquelas pessoas condenadas à morte pela lepra, ou com as mulheres desprezadas e com os samaritanos diminuídos na sua dignidade... Jesus estava revelando que o nosso Deus é acessível, misericordioso e curador. E, ao curá-las, Jesus revelava que a vontade do Pai é que ‘todos tenham vida em abundância’. Deus não faz distinção entre seus filhos: ama-os a todos!

Vargem do Cedro sentiu a perda do seu Zequinha Heinzen. E acompanhou o velório (que aconteceu na Capela Mortuária da Casa São José, defronte à matriz), a Celebração Exequial e o cortejo fúnebre até o Cemitério Paroquial. 

Por fim, solidário com os filhos e netos do extinto, eu lhes disse: 

“Caros filhos e netos do seu Zequinha, enquanto estiverem neste mundo, vocês carregarão consigo tudo que o ele lhes ensinou, o jeito como viveu e as experiências que tiveram juntos com ele. E se alguma coisa na convivência lhes chateou, tenham misericórdia. Também podemos errar. Mas, sobretudo, tenham a certeza de que vocês tiveram um bom pai e um bom avô. Reunidos em torno de sua mãe e avó, permaneçam ainda mais unidos no amor; porque, através da vivência de vocês, é que o seu Zequinha permanecerá próximo de vocês. Isto é: no Céu, intercedendo por vocês; e na terra, através da memória viva de em seus corações.” 

Louvemos a Deus pela vida do seu Zequinha Heinzen! E por todas as pessoas que passaram pela nossa vida e que nos ajudaram a ser quem somos.


(Revisão: 06/05/24)

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