ROMARIA DO TERÇO DOS HOMENS – PE. SÉRGIO PREGA NO SANTUÁRIO DE ALBERTINA

 

(07/04/2024) Neste Domingo, o segundo do Tempo Pascal, no Santuário de Albertina, aconteceu o 5º Encontro Diocesano do Terço dos Homens. Pe. Sérgio Jeremias de Souza, Vice-Postulador da Causa de Canonização de Albertina e Pároco de Oficinas (Tubarão), conduziu uma reflexão sobre o papel do Terço na família e na vida da comunidade. 

E começou sua prédica dando um testemunho pessoal: 

“Primeiramente, quero lhes dizer que eu venci mais batalhas na minha vida humana e na minha vida de padre com um Rosário (um terço) na mão do que qualquer outra coisa. E tem certas situações na nossa vida de padre, – e isso é muito presente na vida de nossas paróquias e comunidades, – quando, em alguns momentos chave, normalmente quando há uma concentração de fé muito grande, às vezes próximo dos eventos da Páscoa, ou do Natal ou de uma festa de padroeiro... Nós não sabemos como, mas certas coisas parece que começam a dar tudo errado, um se atravessa com outro; era uma coisa que tinha tudo para dar certo e não dá; falta isso ou falta aquilo... 

Eu sempre fiz isso e orientei os colaboradores mais diretos a fazerem: tá na hora de dobrarmos os joelhos; porque a batalha não é só nossa, ela é espiritual! Pelo amor de Deus, não duvide disso; pois estará duvidando de algo que é bíblico. A nossa luta não é contra forças humanas! A nossa luta, até o fim do mundo, vai ser contra forças espirituais que tentam impedir o Plano de Deus de acontecer no mundo. Ou você acredita nisso, ou abandone o Terço dos Homens. Porque a história da Igreja mostra isso; a história do mundo mostra isso.” 

O terço é eficaz. 

“O terço sempre foi a ferramenta mais eficaz para colocar em movimento os Planos de Deus. Depois da Eucaristia e da força da Palavra, é o Rosário que sempre foi a força mais forte e importante, porque é óbvio toda a oração do Rosário não remete apenas à Virgem Maria. Ela remete a Jesus, pelas mãos de Maria, pelo olhar de Maria no Calvário, mas é sempre a obra de Deus! E ela nos remete para Jesus: estamos pedindo, Senhor, que a tua vontade se faça na minha vida inteira!” 

A oração com Maria nos capacita. 

“Há quase 10 anos, quando eu era Pároco aqui em Vargem do Cedro, ganhei um livro que, misteriosamente, desapareceu das livrarias. Era da Editora Ave Maria e foi escrito por um padre do Rio Grande do Sul. Ele abordava a questão da New Age, ou seja: da Nova Ordem Mundial. Este movimento questionava a força do Cristianismo no Ocidente e no Oriente, desafiando o modelo tradicional de família, por exemplo. Vemos, diariamente, consequências disso na internet e no nosso dia a dia. A Igreja sempre passou por momentos difíceis e enfrentou muitas batalhas. 

Um exemplo é a Batalha de Lepanto (07/10/1571), quando os otomanos (turcos), não cristãos, invadiram a Europa e, graças à oração do terço, eles inexplicavelmente decidiram ir embora e retornar para as suas terras. O Papa Pio V, arregimentou o maior exército possível naquele tempo: mulheres crianças e idosos, armados com o terço em oração nas praças públicas e igrejas. Assim entrou no calendário litúrgico a festa de Nossa Senhora do Rosário. Nas muitas aparições de Nossa Senhora, ela sempre pede que se reze o terço diante dos muitos perigos de cada época.” 

A força da devoção popular. 

“Diante de tudo isto, sempre encontramos na Eucaristia, na força da Palavra e no Santo Terço instrumentos necessários para superarmos as dificuldades. Creio que Nossa Senhora está levantando um movimento de oração na Polônia, na Irlanda, na Holanda, na Bélgica... e em tantos outros lugares onde os homens estão rezando o terço em praça pública. 

Diante das dificuldades trazidas por reflexões teológicas, que acabam confundindo mais do que explicando, é na reza do terço, na Adoração Eucarística é na prática da devoção popular que a Igreja se firma e se mantém na fé. O nosso Deus é um Deus de batalhas improváveis, mas que são vencidas pelo Seu poder. Já vi muitos casais que estavam à beira do divórcio e que se permitiram rezar juntos um terço (ao menos), redescobrirem o seu amor e não se separaram. Como marianos, precisamos acreditar naquilo que fazemos, na arma que carregamos conosco: o terço!” 

Maria salvou minha vida! 

“Até meus 13 anos, eu não conhecia ainda a oração do terço. Quando a conheci, eu me encantei tanto que, indo na igreja, quase diariamente, o que eu fazia diante do sacrário era rezar o terço. E, aos finais de semana, eu ia visitar uma ou outra gruta de Nossa Senhora ali na região, ia e voltava à pé, sempre rezando o terço. Acho que, desta forma, Nossa Senhora salvou a minha vida e a minha vocação. Eu creio que, em determinado momento, ela tenha dito: ‘eu vou te separar para que tu sejas Padre’; e foi me preservando, me conduzindo, até que eu chegasse ao sacerdócio.” 

Nosso testemunho. 

“Isso me faz lembrar uma outra experiência no Cairo, lá no Egito, quando no aeroporto eu me reservei num canto para rezar. Então um jovem que eu não conhecia, me viu com o terço na mão, se aproximou e me disse: ‘vamos rezar juntos por mim’? Aquilo me marcou profundamente e rezamos juntos, cada um na sua língua.” 

Maria é um presente do Amor! 

“Quando rezamos o terço em família nós declaramos o nosso amor à Nossa Senhora, que é o ‘presente da dor’ dado por Jesus. Foi no Calvário, na hora da dor, que Jesus pensou em nós, dando-nos o maior e mais precioso presente: a sua própria Mãe. Tal presente deve ser guardado e levado para casa, protegido: ela é a nossa Mãe! Daí a importância de sabermos dar as razões de nossa fé, de buscarmos conhecê-la melhor. Ela é o testamento da dor!” 

Uma arma espiritual. 

“Cada Ave Maria que rezamos, nos faz clamar aos Céus pela nossa família, porque pedimos ajuda do ‘fruto do ventre’ de Maria. Reunir a família para rezar, é marcar uma audiência com a família do Céu. Todo santo tem devoção à Mãe de Jesus. Quando pegamos os depoimentos sobre a fé da Beata Albertina, logo percebemos que ela tinha uma fé muito simples, alimentada com a oração do terço em família; foi assim que a sua santidade foi se construindo.  Foi São João Vianney quem disse que ‘o terço é uma arma’: 'com essa arma eu afastei muitas almas do diabo'.” 

Trabalhar para difundir o terço. 

“Especialmente para os jovens, seria importante que nós lhes fizéssemos um convite pessoal para integrarem o Terço dos Homens. Vocês precisam convidar seus filhos, seus netos e amigos e, assim, formar neles uma memória afetiva religiosa. 

Eu cresci vendo minhas duas avós rezarem o terço, por exemplo. E esta memória afetiva nos predispõe a também imitarmos aqueles que amamos. Podem levar as esposas para o Terço, mas não são elas que vão tomar conta da situação; vocês serão os guardiões do Terço dos Homens!” 

Até na hora derradeira. 

“Ao rezar o terço, eu falo 53 vezes o nome de Maria e peço sua intercessão 'agora e na hora da minha morte'. No último dia de sua vida, a minha mãe, que morreu nova, segurou o terço em suas mãos e ficou rezando o tempo todo. O terço nos ajuda a enfrentar a experiência da morte. ‘É o caminho mais curto para o Céu.’ A oração nos fortalece. Por isso já está surgindo, em alguns lugares, um outro movimento mariano: 'Mães e pais de joelhos e filhos de pé'. É belíssimo! 

Testemunho de São João Paulo II: 'A oração do terço me acompanhou em todos os momentos de alegria e de provação. Ao terço eu confiei tantas preocupações e nele eu encontrei conforto e resposta'. O terço nos ajuda a cumprirmos nosso papel (especialmente masculino) na família, a exemplo de São José. Somos testados, mas não derrubados. (...) Quando Deus permite algo na nossa vida, Ele sabe que pode tirar dali um fruto muito maior em nosso favor.” 

Pe. Sérgio lançou um desafio aos marianos: 

“Até o final do ano, arranjem um dia e um horário em que haja movimento de pessoas, e rezem o terço em praça pública. A questão é dar o testemunho de cristãos marianos. É a dimensão missionária do terço e que vai contagiar outras pessoas, pois 'as palavras convencem, mas os exemplos arrastam'.” 

O Encontro seguiu-se com Adoração Eucarística e Santa Missa. A próxima romaria do Terço dos Homens será para o Santuário do Coração de Jesus, em Gravatal, em 2025.


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