IMPRENSA NACIONAL DIVULGA TESTEMUNHO DE ALBERTINA, PE. ALOÍSIO E OUTROS CANDIDATOS AOS ALTARES

 

(30/03/2024) Por ocasião da Semana Santa, a jornalista Gabriele Bonat, da Gazeta de São Paulo, preparou uma matéria sobre os catarinenses que podem conquistar os altares na Igreja Católica. 

Em entrevista com o Pe. Auricélio, Reitor do Santuário da Bem-Aventurada Albertina, ela ficou sabendo que existem vários testemunhos de fé, tanto de pessoas nascidas neste Estado, quanto de pessoas que vieram de fora, mas realizaram seu ministério aqui, vivendo heroicamente sua fé. É o caso dos Servos de Deus Frei Bruno (Joaçaba) e Pe. Léo de Bethânia (São João Batista). 

Entre os catarinenses, destacam-se Albertina Berkenbrock (de Imaruí, que já é Beata), Pe. Aloísio Sebastião Boeing (de São Martinho/Jaraguá do Sul, que já é Venerável) e o Servo de Deus Marcelo Henrique Câmara (de Florianópolis). E tem a questão de Maria Amida Kammers (de São Pedro de Alcântara), cujo Processo Diocesano está sendo preparado. 

Sob o título “OS CATARINENSES QUE PODEM SE TORNAR OS PRÓXIMOS SANTOS DA IGREJA CATÓLICA”, Gabriele reporta que Santa Catarina, 

conhecido como um dos principais destinos turísticos do Sul do Brasil pelo belo litoral, também pode ser considerada uma ‘terra santa’ pela trajetória de fé de pessoas que marcaram a história de comunidades locais... Seja por uma vida santa ou uma morte heroica...”. 

Ela explica os passos para a Canonização: na Diocese é feita a análise das virtudes do candidato ou do provável martírio; no Vaticano, faz-se a comprovação de um milagre para a beatificação (se não for mártir), e a comprovação de um outro milagre pela intercessão do Beato. 

A reportagem apresenta alguns aspectos da vida de Albertina Berkenbrock, Pe. Aloísio Sebastião Boeing, Marcelo Câmara e Amida Kammers. Conclui com a frase pronunciada por São João Paulo II, em Florianópolis (1990), por ocasião da beatificação de Madre Paulina: “o Brasil precisa de santos, de muitos santos”.

A seguir, a entrevista na íntegra.

01. Pode contar resumidamente um pouco da história da Albertina Berkenbrock?

Albertina, a segunda filha de Henrique e Josephina Boeing Berkenbrock, nasceu em 11 de abril de 1919, na localidade de São Luiz, em Imaruí/SC. Foi a segunda, de uma família de 09 filhos. Todos foram educados nos valores tradicionais cristãos e da cultura germânica. Por seu jeito de ser e viver, Albertina era admirada por toda a comunidade.

Seu jeito meigo e delicado, sua preocupação com o bem-estar das pessoas, seus gestos de caridade e solidariedade, sua capacidade de perdoar e amar a todos, sua vivência religiosa no seio familiar e junto à comunidade dos fiéis, assídua nas atividades da Igreja, sua devoção à Nossa Senhora (terço diário) e seu desejo de viver unida a Jesus Eucarístico (inclusive, dizia: “a Primeira Comunhão foi o dia mais lindo de minha vida!”)... Esses são alguns dos valores que levaram seus contemporâneos a apelidá-la carinhosamente de ‘Santinha’.

Auxiliava seus pais nos afazeres domésticos, cuidava dos irmãozinhos menores e dos filhos de um casal que, não tendo onde morar, foi acolhido pelo seu Henrique.

Numa tentativa de estupro pelo empregado, o Indalício (vulgo Maneco Palhoça), ela lutou para defender sua pureza e não ofender ao seu amado Jesus. Durante o assédio, dizia-lhe, insistentemente: “É pecado! Deus não quer!”. Mas foi morta barbaramente, degolada, no grotão onde hoje está erguida a Gruta do Martírio. Era o dia 15 de junho de 1931. Ela tinha apenas doze anos de idade.

O assassino acusou o jovem João Candinho de ter cometido o crime. O inocente foi preso pelos populares e linchado, mas sobreviveu. No dia seguinte, com a fuga de Maneco, a verdade transpareceu e o assassino foi preso e condenado. Na prisão, depois de ter assumido outros dois homicídios, ele se arrependeu e testemunhou que Albertina foi morta porque não cedeu à sua investida alegando que não queria fazer pecado.

A espiritualidade de Albertina chamou a atenção de seu professor e catequista, um protestante convertido ao catolicismo, o professor Hugo Berndt. Percebendo o jeito como ela vivia e como se comportava, ele se questionou: “o que faz aqui essa flor?”. Albertina, portanto, para nós, é um sinal do amor de Deus e um presente especial para todos nós. Embora jovenzinha, ela tinha uma grande maturidade de fé, o coração aberto para as coisas de Deus e voltado para o bem das pessoas.

02. Por qual motivo os restos mortais de Albertina estão no Santuário Bem Aventurada Albertina?  

Porque a Igreja, seguindo um antigo costume, venera os sinais físicos de pessoas que, comprovada e excepcionalmente, testemunharam a sua fé cristã. Em 2001 os restos mortais de Albertina foram transladados para o interior do atual Santuário e depositados num sarcófago, dentro de um túmulo, numa capela lateral do templo.

Somente a Deus se pode adorar, mas é permitido aos cristãos o culto de veneração aos expoentes da fé, como Albertina. Isso estimula os fiéis a desejarem aproximar-se de Jesus e sua Igreja, numa reflexão muito simples: “se ela conseguiu manter-se fiel ao Senhor, eu também posso, com a graça de Deus”. 

03. Por ela ter sido declarada Bem Aventurada é que mudou o nome da igreja?

 

Em 2007, Albertina foi declarada Bem-Aventurada (ou Beata). No ano seguinte, em 21 de setembro, a capela de São Luiz Gonzaga foi elevada à condição de Santuário Diocesano, em homenagem à Albertina. O Santo, porém, continua padroeiro do lugar e recebe, igualmente, o carinho dos moradores. 

04. O que falta para ela ser declarada Santa? 

Para que Albertina seja declarada oficialmente Santa pela Igreja Católica, falta a comprovação de um milagre de Deus por intercessão da Beata. 

Na verdade, ela se tornou santa ao longo de sua vida e pelo jeito como viveu a sua fé. A comunidade percebeu tais sinais e as graças alcançadas têm comprovado o papel de Albertina como intercessora. Acreditamos no ensinamento do Apóstolo Tiago: “orai uns pelos outros” (Tg 5,16). Ela já está com Deus e pode interceder em nosso favor junto a Ele. 

A Postulação da Causa de Canonização de Albertina tem recolhido vários casos ditos ‘milagres’ e encaminhado para a análise cuidadosa do Vaticano. Acreditamos que ela é Santa e que logo a Igreja confirmará isso, canonizando-a.

O seu Santuário é muito visitado. Mas os fiéis também podem conhecer melhor sua história através do filme ALBERTINA – A HISTÓRIA DA MENINA QUE TOCOU O CÉU E O CORAÇÃO DE TODO UM PAÍS, que já está disponível em várias plataformas (Amazon Prime Video, Lumine, Looke...). 

05. Pode contar um pouco sobre a história do Venerável Pe. Aloísio Sebastião Boeing 

Aloísio Sebastião Boeing foi o primogênito de João e Josephina Effting Boeing. O casal teve sete filhos legítimos e dois adotivos. Ele nasceu em Vargem do Cedro, Distrito de Imaruí (atual município de São Martinho, SC), na noite de Natal de 1913. Ao amanhecer o dia 25, seu pai saiu pela vizinhança comunicando: “Lá em casa nasceu o Menino Jesus e ele se chama Aloísio!”.

Recebeu uma sólida educação cristã, bem como sua prima-segunda Albertina Berkenbrock, e via seus pais participarem ativamente da vida eclesial em sua comunidade. 

Vargem do Cedro é considerada a Capital Mundial das Vocações, pois no lugar nasceram dezenas de sacerdotes e quase uma centena de religiosas, além de inúmeras vocações leigas.

Incentivado pelo Pároco, aos 11 anos, Aloísio ingressou no Seminário dos Padres do Coração de Jesus (dehonianos) em Brusque, SC, e foi ordenado sacerdote em Taubaté, SP, no dia 1º de dezembro de 1940. Realizou a sua missão pastoral em várias cidades, mas foi como Mestre de Noviços que trabalhou grande parte de sua vida: 24 anos! 

Pessoas de vários lugares do país vinham buscar orientação espiritual com ele, confessar-se e buscar uma bênção. Passava seus dias recebendo as romarias. Seu jeito simples, com palavras diretas e firmes, pregava retiros, acolhia os andarilhos, doentes e idosos.

Ele tinha também o dom da cura e profícua vida espiritual, marcada pela Adoração Eucarística. Em 1974, fundou a Fraternidade Mariana do Coração de Jesus, atraindo moças para a vida consagrada.

Morreu em Jaraguá do Sul, onde viveu várias décadas, no dia 17 de abril de 2006. Está sepultado no jardim da matriz, no bairro Nereu Ramos, onde os fiéis se concentram todo dia 17 para celebrar sua fé. 

06. O que falta para ele ser declarado Santo? 

Seu processo de Beatificação transcorre no Vaticano, onde já foram reconhecidas suas virtudes e, por isso, recebeu o título de Venerável. Após a comprovação de um milagre atribuído à sua intercessão, será declarado Beato. Depois, mais um milagre, ao menos, e ele será declarado Santo, tendo seu nome inscrito no Canon (lista) dos Santos e Santas. 

07. Há diversos Servos de Deus que são de Santa Catarina. O senhor acredita que o Estado é um lugar de muita fé? 

Quando o Papa São João Paulo esteve em Florianópolis para a Beatificação de Paulina do Coração Agonizante de Jesus (hoje, Santa Paulina, cujo Santuário encontra-se em Nova Trento, SC), em outubro de 1991, disse em alta voz: “O Brasil precisa de Santos, de muitos Santos!”. 

A partir daí, a Igreja no Brasil percebeu um aumento do número de candidatos aos altares. Por todo o país têm surgido histórias de homens e mulheres, de todas as idades e condições sociais, que viveram santamente o seu Batismo. 

Aqui em Santa Catarina, também temos vários modelos de santidade, graças a Deus. Há os que nasceram aqui e outros que aqui realizaram sua missão. Alguns já tiveram seus Processos de Beatificação iniciados oficialmente, como são os casos dos Servos de Deus Frei Bruno, Pe. Léo de Bethânia e Marcelo Henrique Câmara. O Processo Diocesano de Maria Amida Kammers está para iniciar. E há outros casos pelo Estado. 

+ Frei Bruno (nascido Humberto Linden Jr., na Alemanha) chegou no Brasil em 1894. Estudou na Bahia e foi ordenado presbítero em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Viveu totalmente voltado para a formação de Noviços e cuidado dos pobres, doentes e presos, visitando casa a casa. Faleceu em Joaçaba no dia 24 de fevereiro de 1960, aos 84 anos, onde foi sepultado, com grande fama de santidade. 

+ Pe. Léo Tarcísio Gonçalves Pereira nasceu em 09 de outubro de 1961, em Delfim Moreira, Minas Gerais. Padre dehoniano por 16 anos, fundou a Comunidade Bethânia no município de São João Batista, SC, para cuidar dos ‘filhos e filhas prediletos’, excluídos da sociedade. Escritor e exímio comunicados, pela TV e outras mídias tornou-se conhecido em todo o país. Faleceu em 2007, aos 45 anos. Em 2020, o arcebispo de Florianópolis, abriu a Causa de Beatificação. 

+ Marcelinho, como era conhecido, nasceu em Florianópolis no dia 28/06/1979. Na juventude dedicou-se aos estudos. Era Mestre em Direito e Promotor de Justiça do Estado. Após um Retiro Espiritual do Movimento Emaús, converteu-se e passou a dedicar toda a sua vida na evangelização da juventude. Morreu aos 28 anos, diagnosticado de Linfoma não-Hodgkin. 

+ Maria Amida Kammers nasceu em São Pedro de Alcântara, SC, no dia 14 de janeiro de 1941. Educada nos princípios da religião, a jovem virtuosa recebeu os Sacramentos e fez seus estudos com afinco, alimentada na espiritualidade da Pia União das Filhas de Maria. Morando em Taquaras, foi barbaramente assassinada por defender sua castidade e resistir a uma tentativa de estupro. Era o dia 25 de novembro de 1961. Tinha 20 anos de idade. 

08. Qual a importância desses Servos de Deus no contexto atual? 

A santidade é a meta que todo cristão deseja alcançar. Pois foi o próprio Jesus quem disse: “Sejam santos como o Pai do Céu é Santo” (Mt 5,48). É importante sabermos que, em toda a história da Igreja, inúmeros homens e mulheres seguiram Jesus, vivendo a santidade em todas as dimensões de suas vidas. 

Alguns deles, nós conhecemos. Provaram sua fé como solteiros, casados ou consagrados, exercendo as mais variadas profissões, em todas as culturas e condições sociais. Não deixaram jamais de exalar o ‘perfume de santidade’, que se revela na vida de oração e de caridade. Muitos foram martirizados por causa de Jesus Cristo! 

Ao destacar alguns testemunhos do meio do povo, a Igreja está incentivando todos os seus filhos e filhas a trilharem os caminhos de santidade, promovendo a paz, a justiça, a amizade social e a fraternidade. É assim que o Reino de Deus vai crescendo entre nós! 

https://www.gazetadopovo.com.br/brasil/catarinenses-que-podem-se-tornar-os-proximos-santos-da-igreja-catolica/?ref=busca



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