CABEÇUDA – NO TRÍDUO VOCACIONAL, LAÉRCIO E RUY FAZEM PROFISSÃO DE FÉ

(18/04/2024) Todas as comunidades da Paróquia São Pedro Apóstolo, de Cabeçuda, em Laguna (e Pescaria Brava), estão vivendo um clima de grande expectativa: a Ordenação Diaconal de dois de seus filhos. Laércio Vitorino de Jesus e Ruy Francisco Lisboa serão ordenados no próximo domingo, 21, às 15h, na matriz São Pedro. 

Mas, nesta noite, teve início o Tríduo Vocacional, culminando toda a preparação paroquial que vem acontecendo nas últimas semanas. Acompanhados de suas esposas Albertina e Marilúcia, respectivamente, os dois recepcionaram os fiéis que vieram participar da Santa Missa Vocacional, que foi precedida de um momento de Adoração. 

Pe. Auricélio, Pároco de Vargem do Cedro e Coordenador da Comissão Diaconal Diocesana presidiu a Missa, que foi concelebrada pelo Pároco, o Pe. Adelino de Souza Matildes. Em sua homilia, o presidente fez ecoar os textos bíblicos proclamados. 

“Ao receberem o Sacramento da Ordem, estes nossos irmãos se propõe a servir na missão da Igreja ainda mais intensamente do que têm feito até agora; isto é: no serviço para a construção do Reino de Deus!” 

O Ressuscitado está entre nós! 

“A Palavra de Deus que ouvimos tem a ver com o que celebramos no Sábado Santo: em meio a escuridão, brotou a Luz. O Círio Pascal foi aceso com a chama do Fogo Novo e, aqui entre nós, esta chama representa Jesus vivo conosco! Neste Tempo da Páscoa, estamos ouvindo como a Igreja deu seus primeiros passos a fim de testemunhar Jesus Ressuscitado. E essa tem sido a missão da Igreja até agora; e nos impele a olharmos para o futuro com esperança. Caminharemos levando esta chama adiante! Essa é a missão do Laércio, junto com a esposa; é missão do Ruy, junto com a esposa! Mas é a missão de cada um de nós também!” 

Anjos: instrumentos de Deus no deserto. 

“Ouvimos nos Atos dos Apóstolos que Deus utilizou-se de um anjo para levar uma mensagem ao Felipe (cf. Atos 8,26ss). Sim, Deus sempre usa instrumentos para tocar o nosso coração. E existem muitos anjos que fazem esse papel em nome de Deus. Neste texto, o anjo disse para o Felipe: ‘prepara-te porque Eu tenho uma missão para ti. Seguirás até determinado lugar, num caminho deserto’. Para nós que queremos seguir Jesus, essa Palavra é muito forte, pois deserto é o lugar do perigo, da incerteza, exige grande atenção, pois surgem situações inusitadas, mudanças de vento, faz calor ou frio, há animais peçonhentos e outras ameaças. É, também, um lugar de silêncio, o que significa o encontro consigo mesmo (o que não é tão simples assim).  Foi no deserto que Jesus enfrentou grandes tentações. O demônio tentou desviá-Lo de sua missão. E isso poderia acontecer com o Felipe. Aliás, todos nós queremos ser autênticos cristãos, ordenados ou não; mas, Deus manda avisar: é um deserto!” 

A disposição para evangelizar. 

“Como Felipe agiu diante dessa vocação? Ele levantou-se, acreditando que era a obra de Deus, e perseguiu-a como um instrumento. Ele nos convida a termos disponibilidade na nossa vivência vocacional. Então, Deus o levou à presença de um homem estrangeiro, o tesoureiro da rainha Candace, da Etiópia. Trata-se de um reino rico e ele era um nobre, que tinha muita autoridade. Por que será que Deus colocou seu instrumento diante daquele homem? Porque o homem tinha uma sede interior, queria fazer uma experiência com Deus, buscava as coisas de Deus (sim, mesmo que não conhecesse Deus do jeito como nós O conhecemos). Aquele nobre saiu do seu país e fez uma caminhada longa até Jerusalém, lugar sagrado, onde está o Templo de Deus. Naquele tempo, se entendia que Deus morava dentro do Templo; mas, hoje, sabemos que Deus está em todo lugar e no meio de nós.” 

A nobreza do estrangeiro. 

“Aquele homem não era nobre só porque possuía bens, mas porque dentro dele havia a nobreza de quem busca a Deus com humildade, se faz peregrino e romeiro. O orgulho pode nos levar a querermos ser deuses. Chegando em Jerusalém, o nobre comprou uns livros, inclusive um que continha o texto do profeta Isaías. E começou a lê-lo. Foi quando Deus disse a Felipe: ‘você está vendo aquela carruagem? Vai atrás’. E o Apóstolo obedeceu.  O estrangeiro percebeu: ‘há um homem nos seguindo’.  Felipe perguntou sobre a leitura e o nobre indagou: ‘como é que eu vou entender, se ninguém me explicar?’. Irmãos, esta questão diz muito a respeito de nossa missão. Como ministros da Palavra, daqui a pouco como Diáconos, vocês irão servir a Mesa da Palavra. Missão nobre essa que compartilhamos com os catequistas, os líderes, os padres, pais e avós (que orientam a família)! Essa pergunta é para nós, e não somente para o Felipe. Aquele homem representa o mundo inteiro que quer (e precisa, mesmo sem o saber) entender as coisas de Deus. Felipe, que parecia um andarilho, foi convidado a subir na carruagem (o que revela a abertura do nobre aos sinais de Deus, aproveitando a oportunidade).” 

Os sinais de Deus. 

“Irmãos e irmãs, nesta noite, vocês perceberam e atenderam ao sinal de Deus quando decidiram vir aqui; e eu, quando aceitei o convite para estar com vocês; e vocês, Laércio e Ruy, quando foram chamados para fazer uma caminhada de preparação diaconal; e nós, padres, quando fomos chamados a ingressar no Seminário. Neste Tríduo, lembre-se daquele dia em que Deus chamou você para exercer uma missão na Igreja: cantar, ler, participar de uma Pastoral, do Grupo de Famílias... Era Deus a nos chamar! Aquele nobre teve humildade para reconhecer e acolher o Apóstolo, o homem de Deus. E Felipe lhe falou de Jesus.” 

O testemunho que atrai. 

“O nobre estava lendo o episódio: 'arrancaram-lhe a barba, cuspiram nele e o desfiguraram, nem parecia mais um ser humano'. De quem é que o profeta Isaías estava falando? Sim, de Jesus Cristo! Isaías não sabia disso, pois viveu cerca de 750 anos antes de Jesus nascer. Mas, através dele, Deus estava preparando o coração do povo para reconhecer em Jesus o amado Servo Sofredor. Aquele homem ficou tão feliz quando ouviu Felipe falar de Jesus (eu tenho até um pouco de inveja do Apóstolo, por ele pregar a Palavra de Deus daquele jeito, com tanta força e unção) que, ao avistar um rio, pediu para ser batizado. E voltou feliz da vida para sua terra! Padres, diáconos, leigos e leigas, todos nós temos a missão de ser portadores da mensagem e da pessoa de Jesus Cristo. Deixemo-nos guiar pela vontade de Deus, como Felipe, embora estejamos atravessando este mundo que é como um deserto.” 

A missão continua. 

“Depois desta missão, o Felipe recebeu outra. Olhem o que Deus fez com esse homem: arrebatou-o; em outras palavras: Deus o ‘arrancou’ de onde estava e o levou, misteriosamente, para outro lugar aonde ele deveria continuar a sua missão evangelizadora. Esse arrebatamento significa que Deus está disposto a nos ‘arrancar’ daquilo que nos prende e nos enviar em missão. Talvez, também hoje, nesta noite, nós tenhamos sido arrebatados e trazidos para cá. De certa forma, acontece algo semelhante com a Ordenação Diaconal. Vocês são retirados do lugar onde estavam; porém, Deus não desfaz o que Ele já havia realizado; pelo contrário, Ele quer completar a obra iniciada. O arrebatamento é a confirmação daquilo que vocês já estão vivendo como esposos, pais e avós. Aquele impulso interior que desperta em vocês o desejo de ajudar – não somente a família de vocês, não somente a comunidade onde vocês moram, mas, sim, servir toda a Paróquia, ou seja, toda a Igreja, – será vivido, em primeiro lugar, ligados ao Bispo e, aqui na Paróquia, ao padre. Daí a importância de, generosamente, deixar-se arrebatar, isto é, mover por Deus.”  

O exemplo de Maria. 

“Então, meu irmão, diante de todo impulso para fazer o bem, diga ‘Amém’, diga ‘Sim’, diga ‘Aqui estou!’. Maria, a Mãezinha Peregrina, que vai de casa em casa, ensina-nos a sermos dóceis às coisas de Deus. Quando sentirmos o chamado, saibamos dizer Sim.” 

Perceber a ação amorosa de Deus. 

“O salmista vem à frente do povo e diz: ‘Vou cantar-vos todo o bem que Ele me fez’, isto é, todo o bem que Deus fez na minha vida. Realmente, é de ficarmos incrivelmente admirados como Deus tem sido generoso com cada pessoa. Quem aqui já provou como Deus é bom com você? Quem aqui já sentiu que Deus lhe ama? Quem aqui já percebeu que Deus está sempre perto de você? Quem já teve estas percepções, bata palmas para o Senhor! (aplausos) O que Deus fez através de Felipe na vida daquele nobre estrangeiro, Deus também o realiza através da Igreja, através das pessoas, através de mim e de você, na vida do mundo!” 

Jesus é o alimento. 

“Hoje é o próprio Senhor quem fala à multidão: ‘Ninguém pode vir a mim se o Pai não o atrai’ (João 6,44ss). De fato, Deus Pai está sempre a nos atrair, isto é, chamando nossa atenção, para não nos distrairmos de Jesus. ‘Os que forem atraídos ao Pai, Eu os ressuscitarei!’ E nós fomos chamados para a vida eterna! É por isso que Jesus se faz o Pão do Céu a fim de que, um dia, possamos estar lá na eternidade, participando do banquete. Enquanto atravessamos esse deserto, atentos aos sinais de Deus, vivamos a nossa vocação, professando a nossa fé e vivendo a missão de sermos testemunhas de Jesus Ressuscitado!” 

Concluída a reflexão, Laércio e Ruy, ladeados por suas esposas, diante dos sacerdotes e da assembleia, fizeram solenemente a sua Profissão de Fé. 

Ao final da celebração, eles se dirigiram aos presentes. O Laércio disse que ainda se lembra do momento, há muitos anos atrás, quando o Pe. Ademir Eing lhe falou, pela primeira vez, a respeito do Diaconado Permanente. 

“Desde então, comecei uma longa caminhada até poder estar aqui, neste momento. No último mês, visitamos as comunidades da Paróquia falando sobre Vocação. Até chegar neste primeiro degrau do Tríduo, passaram-se vários anos. Neste período, tivemos vários Párocos. Um longa caminhada, cheia da graça de Deus. Neste processo, muitas vezes, nos vemos como o eunuco (o nobre) da Primeira Leitura ou como o Felipe. Escolhi o lema: ‘Estou no meio de vós como aquele que serve’ (Lc 22,27), porque quero colocar-me a serviço. Que a vontade de Deus possa ser realizada através de nós, futuros Diáconos, e de todos os irmãos.” 

Também o Ruy se manifestou: 

“Nas comunidades visitadas, eu sempre fiz o papel de convidar as pessoas para a Ordenação. Mas, hoje, também quero falar sobre a ação do Espírito em nossas vidas. Senti que Ele, nesta noite, nos apontou novas maneiras de encararmos a missão que recebemos. Sim, as leituras desta liturgia foram especificamente para nós. Já sentimos o peso das responsabilidades que vão sendo confiadas a nós por conta do nosso Sim. Agradeço a Deus Espírito Santo por termos chegado até aqui e nesta Ordenação que se aproxima. Obrigado a todos vocês também!” 

Pe. Adelino reforçou o convite para todos acompanharem as outras noites do Tríduo: amanhã, em Pescaria Brava e, no sábado, em Parobé. A Ordenação acontecerá na matriz, no próximo domingo, às 15h.


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