HÁ UM ANO DO CENTENÁRIO DA CRISMA DA BEATA ALBERTINA

(09/03/2024) Há 99 anos, justamente neste dia, uma segunda-feira, na antiga capela de São Luiz, no município de Imaruí, a comunidade recebia Visita Pastoral. O Visitador Diocesano, delegado de D. Joaquim Domingues de Oliveira, Bispo de Florianópolis, chamava-se Frei Silvestre Düsterhaus, OFM.

Nos dias que permaneceu na comunidade ele crismou 27 crianças; dentre elas, ALBERTINA BERKENBROCK e seus dois irmãos: Germano e Emílio. Ela com 04 anos e os dois meninos com 03 e hum ano e meio, respectivamente. Era o dia 09 de março de 1925.

Tais dados estão registrados no Livro de Registros de Crismas nº 01, folhas 25v e 26, da Paróquia São Sebastião (de Vargem do Cedro).

Outro extrato histórico sobre este acontecimento temos no Livro Tombo, Volume 01, da referida Paróquia. Eis as palavras do Frei:

“Seguimos no dia 6 de março para a Capela São Luiz. É uma bela Capela, ainda não bem terminada, mas que promete ser uma digna Casa de Deus. Nesta Capela preguei uma Santa Missão, auxiliado por meu bom companheiro Frei Arcanjo Moratelli, OFM e que foi por Deus bastante abençoada. No fim, levantamos o Santo Cruzeiro. A visita foi de 7 até 9 de março. O movimento religioso [dos três dias] foi o seguinte: 172 confissões, 214 comunhões, 05 doutrinas, 22 práticas [homilias], 07 batizados, 01 doente atendido e 89 crismas. Seguimos no dia 9 de março para a Capela de São Martinho”.

No final da Visita, o Frei Düsterhaus registrou:

“Terminamos a Visita Santa. Graças a Deus pelos frutos consoladores que em sua liberalidade nos concedeu. Despedimos do reverendíssimo irmão Pe. Cura [Gabriel Lux, CSC] e seu bom povo, pedindo a Deus que abençoe a ambos, para que, continuando no zelo e amor, um dia sejam reunidos no Céu para receber a coroa da eterna felicidade” (cf. Tombo I, 7v-8).

Ao celebrarmos esta efeméride hoje, sábado, há um ano do Centenário da Crisma de nossa Santinha, queremos renovar nosso compromisso cristão de permanecermos firmes no caminho de Jesus. Foi o próprio Jesus quem prometeu e enviou o seu Espírito Santo sobre a Igreja, justamente o que celebramos em Pentecostes e a cada Missa de Crisma.

O Evangelista São João registrou em seu Evangelho que, após a Ressurreição, na manhã de Páscoa, Jesus apareceu aos Apóstolos e lhes mostrou sinais da sua vitória.

“E lhes disse: ‘A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, assim também Eu vos envio a vós’. Depois dessas palavras, soprou sobre eles, dizendo-lhes: ‘Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, lhes serão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, lhes serão retidos’” (Jo 20,21-23).

Podemos dizer que o derramamento do Espírito Santo sobre os escolhidos de Jesus foi a sua Crisma. Eles foram confirmados, restaurados em suas forças, encorajados e enviados em missão. Serão portadores da misericórdia e da Boa Nova a todas as pessoas do mundo. Também no dia em que fomos crismados, o Espírito ‘se moveu’ dentro de nós, confirmando a graça recebida no dia de nosso Batismo: Ele veio habitar dentro de nós!

Olhando o testemunho da Beata Albertina, não é difícil perceber como ela, em sua breve existência, tornou-se um instrumento do Espírito Santo: enchia o ambiente familiar de ternura, rezava com fervor e frequência, sentia atração por tudo que era relacionado à fé (Missa, Terço diário, devoção à Nossa Senhora e ao padroeiro São Luiz Gonzaga, ajudava a limpar a capela...), tinha compaixão com os mais pobres e sofredores, tratava a todos com respeito, guardava os ensinamentos da Catequese e procurava colocá-los em prática, sabia relevar as provocações dos colegas, era prestativa no servir, recebia os Sacramentos com zelo e piedade... Foi por isso e por muito mais que os próprios moradores a apelidaram de ‘nossa Santinha’.

Ao comemorarmos os 99 anos de sua Crisma e inspirados no seu exemplo, recomendamo-nos à sua intercessão junto de Deus a fim de nos deixarmos mover pelo Espírito Santo que também habita nossa vida.