(07/04/2019) Milhares de pessoas se
reúnem nas paróquias onde há a Solenidade de Passos e da Senhora das Dores na
expectativa de participar da procissão festiva. Caminhar seguindo andor de
Santo alimenta a religiosidade popular, especialmente dentre as comunidade
latinas.
Aqui na nossa região, Imaruí, Tubarão, Laguna, Garopaba, Braço do
Norte, Gravatal, Jaguaruna, Imbituba...promovem suas Festas de Passos. A
maioria no quinto domingo da Quaresma; as demais no domingo de Ramos.
Porém, os
fiéis rezam para que o tempo seja firme e favoreça o ato religioso público ao
ar livre. As procissões serpenteiam as cidades. Porém, quando chove, os ritos
se concentram resumidamente no interior dos templos.
Foi o que aconteceu neste
domingo em Tubarão, quando a multidão dos fiéis se concentrou na Catedral. E em
Imaruí. Raríssimas vezes na história da Festa de Passos (como já pude registrar
em meu livro “Imaruí do Senhor dos Passos”) que a imagem não pôde sair em
procissão, no dia da Festa, por causa da chuva.
Os devotos mais tradicionais
sabem muito bem da crença popular que eles herdaram de seus antepassados e que
cultivam até hoje: “o Santo de Imaruí é poderoso e sempre para de chover na
hora da procissão”.
Todas as previsões meteorológicas dos últimos dias previam
chuvas nos dias da Festa. E tudo foi comprovado. Chovia muito no sábado. Mas
não na hora da procissão noturna. Exceto que, já quase na Praça da Matriz,
retornando de sua Capelinha, sobreveio uma garoa sobre os fiéis. Mas a imagem
estava protegida por uma capa plástica que o Irmão Sr. Fábio Correa havia manda
produzir.
Neste domingo, choveu muito a manhã toda e, à tarde, até o horário
que seria a procissão, às 15h. Os Irmãos da Irmandade de Passos conversavam
entre si: “será que vai estiar esta chuva?” E outros diziam: “sim, o Santo
gosta de sair e sempre saiu”. Eu mesmo olhei para a imagem e falei com meu
Senhor: “desta vez parece que a chuva não cessará, pois está muito forte... Mas
eu creio que Tu vais me surpreender e curar minha pouca fé.” De fato, foi o que
aconteceu.
No horário previsto para iniciar a procissão, a chuva parou. Mas os
padres locais e alguns membros da Irmandade já haviam decidido e explicado ao
povo que não convinha arriscar e fazer a procissão.
De fato, tomar uma decisão
assim, é sempre temerária. E todos sabem o valor histórico e religioso e
sentimental desta imagem que é feita toda em madeira e que precisa de cuidados
especiais. Não houve procissão, mas os peregrinos que vieram de tantos lugares,
puderam expressar sua fé de várias formas. E retornaram para suas casas mais
abençoados e fortalecidos na fé.
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