VOCAÇÃO – FAZER O BEM NUM NÍVEL SUPERIOR



Não é difícil encontrarmos pessoas que se revelam insatisfeitas com sua profissão. Algumas trabalham anos a fio desgastando-se num trabalho que não as realiza pessoal e profissionalmente. A troca de emprego e a aposentadoria precoce parecem ser os caminhos mais prováveis, quando não a doença e o abandono do emprego. E, nestes casos, possuir um Diploma de habilitação profissional pouco adianta.
Não é diferente no campo vocacional. Também eu e você conhecemos pessoas que estão insatisfeitas com as escolhas vocacionais que fizeram. Ou porque se deixaram levar por motivações alheias aos reais sentimentos do seu coração, ou porque não estavam suficientemente maduras para fazer aquelas tais opções. Bem, existem muitos fatores que podem levar uma pessoa a não estar satisfeita com o seu matrimônio, com a sua vocação de ser esposo ou esposa, de ser pai ou mãe. Também encontramos religiosos e padres que deram um Sim na vida consagrada, mas que não vivem realizados na sua vocação.
As ciências sociais e antropológicas e psicológicas podem apresentar seus argumentos para explicar tais fenômenos. Todavia, na Exortação Alegria do Evangelho (EG, 9-10), do Papa Francisco, encontramos algumas indicações para compreender tais situações.
Diz o Papa que “o bem tende sempre a comunicar-se. Toda a experiência autêntica de verdade e de beleza pro­cura, por si mesma, a sua expansão; e qualquer pessoa que viva uma libertação profunda adquire maior sensibilidade face às necessidades dos ou­tros. E, uma vez comunicado, o bem radica-se e desenvolve-se”. Para Francisco, o sentido da vida – e, por conseguinte, toda vocação – está em fazer o bem! Pois “quem deseja viver com dignidade e em plenitude, não tem outro cami­nho senão reconhecer o outro e buscar o seu bem”... Como bem ensinou São Paulo: “O amor de Cristo nos absorve completamente” (2 Cor 5, 14); “ai de mim, se eu não evangelizar!” (1 Cor 9, 16).
Vocação é o desejo de Deus para cada ser humano. Significa que ninguém é fruto do acaso e nem foi criado por acaso. A pessoa precisa descobrir (discernir) qual o CHAMADO ou “sonho” de Deus para a sua vida. Seja abraçando a vida matrimonial ou a vida consagrada, seja como ordenado ou leigo comprometido, o importante é dar o seu SIM ao chamado de Deus.
A proposta é viver a um nível superior, mas não com menor intensidade, a doação de si mesmo cada dia”. E é o Papa quem explica: “Na doação, a vida se fortalece; e se enfraquece no comodismo e no isolamento. De fato, os que mais desfrutam da vida são os que deixam a segurança da mar­gem e se apaixonam pela missão de comunicar a vida aos demais! (Doc. Aparecida, 360)... A vida se alcança e amadurece à medida que é entregue para dar vida aos outros”.
Neste Mês Vocacional renovemos nosso SIM generoso ao convite de Deus! Ele nos auxiliará a vencermos as dificuldades na vivência de nossas escolhas profissionais e vocacionais. Por causa de Cristo e do Evangelho, não podemos ser “evangelizadores tristes e desalentados, impacientes ou ansiosos”. Que o Senhor nos ajude a ser “ministros do Evangelho cuja vida ir­radie fervor”... mesmo quando for preciso semear com lágrimas!


Pe. Auricélio Costa – Promotor Vocacional Diocesano

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