Conversa vai,
conversa vem... e o tema da missionariedade está cada vez mais presente na
agenda da Igreja. Na verdade, nunca se deixou de tratar do assunto, mas, agora,
o Papa Francisco nos tem provocado efusivamente a buscarmos caminhos mais
concretos para promover a construção do Reino. Ter espírito missionário é uma
condição fundamental para se responder ao mandato de Jesus “Ide a anunciai”.
Para estarmos
em sintonia com o envio de Jesus e o apelo do Papa, precisamos nos colocar “em
saída”. Sim, estar “em saída” é atitude essencial para quem se sabe discípulo
missionário de Cristo.
Desta forma,
as tentações de isolamento e fechamento não nos impedirão de sermos fiéis à
nossa vocação cristã. Pois, de fato, a Igreja precisa estar aberta para
acolher, para renovar-se e para “sair”.
A Bíblia nos
dá muitos modelos de pessoas que se tornaram eficazes instrumentos nas mãos de
Deus, porque não se isolaram em si mesmas. O grande “amigo de Deus”, Abraão,
por exemplo, tinha um coração aberto. Somente assim ele pôde fazer a
experiência de “sair”: sair de sua terra, do meio de sua parentela, do seio de
sua cultura... Porém, a “saída” mais exigente de Abraão foi “sair de si mesmo”.
Mas ele foi humilde, obediente e confiante no propósito de Deus.
Nestes nossos
tempos, quando o medo e o egoísmo querem dominar a nossa vida, precisamos nos
desafiar: colocarmo-nos “em saída”... e “sairmos de nós mesmos”! Somente
olhando para além de nós (isto é, do nosso mundinho) é que poderemos perceber
que há pessoas cruelmente impedidas de ser felizes. Seja pelo flagelo do
tráfico humano, ou pelas novas formas de escravidão, como refletimos nesta
Quaresma; ou por tantas outras formas de desrespeito à vida humana.
Os Evangelhos
nos dão conta que Pedro, João e algumas mulheres discípulas de Jesus correram
para junto do túmulo de Jesus, no Horto das Oliveiras. Eles “saíram” de sua
condição de luto e de medo, onde se refugiavam e se lamentavam.
Nós também
queremos testemunhar que o “sepulcro está vazio”, pois “Ele ressuscitou”! Do
embate com as trevas da morte, Jesus “saiu” vencedor! Ele é luz, é vida, é a
nossa Páscoa!
Que o Senhor
nos ajude a sermos testemunhas da ressurreição. Não há porque celebrarmos
sozinhos a Páscoa de todo dia. É preciso “sairmos” para levar a Boa Notícia a
todos: Ele está vivo no meio de nós!
Pe. Auricélio Costa –
Promotor Vocacional
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