A chegada do Papa Francisco em nossa pátria foi
qualquer coisa de maravilhoso! Gestos e palavras, olhares e sorrisos,
acolhimento e recolhimento... tudo no
Papa mexia conosco! Os jovens da JMJ e a imprensa sempre tinham muito que
falar a cerca deste Pastor.
Impressionou-me, sobremaneira, alguém contar um
episódio de Bergóglio: na sua Buenos Aires, certa mãe o procurou para reclamar
que seu filho não queria mais freqüentar a igreja. O então cardeal lhe teria
questionado: “Mas o seu filho está envolvido com droga ou com outra forma de
criminalidade?”. Quando a aflita senhora lhe disse que o filho era um bom moço,
que tratava bem todas as pessoas..., o futuro Papa lhe teria dito: “Calma,
minha senhora. Agradeça a Deus pelo filho que tem e espere; na hora certa Deus
tocará o coração dele!”.
Tudo tem o
seu momento certo. A Palavra diz: “Há
um tempo para tudo debaixo do céu” (Ecle 3,1-8). Vem-me à mente um outro
episódio do Evangelho. Jesus conta a parábola do Bom Samaritano para um homem
que queria saber sobre como conquistar o céu. O modelo que Jesus lhe apresenta
é o de um estrangeiro, samaritano (na época considerado um desclassificado pelo
povo judeu), que se envolve totalmente para ajudar um “alguém” que foi
assaltado e ferido, deixado ao largo, na beira da estrada. O desfecho da cena é
dito por Jesus: “Vai e faze o mesmo!”
(Lc 10,37).
Fazer o bem ao próximo é mandamento do Senhor. Jesus
mesmo “passou a vida toda fazendo o bem” (Mc 7,37; At 10,38b). Nosso testemunho de fé é que pode abrir a
porta do coração de alguém para que descubra Aquele que manda em nossa vida.
Nossas palavras podem ajudar uma pessoa a conhecer melhor o Deus de nossa fé;
nossas canções religiosas também são instrumentos para atrair alguém para
Jesus; mas será a vivência de tudo o que falamos e cantamos que irá convencer
alguém a se aproximar de Cristo e de Sua Igreja.
Nós, que nos sentimos unidos à Cristo no seio da
comunidade eclesial, sabemos quão imperfeitos somos, especialmente na vivência
da caridade. Conhecemos pessoas que não têm a assiduidade que nós temos, mas
que possuem uma sensibilidade extraordinária para ajudar os outros, para ser
voluntários, para se engajar em instituições filantrópicas!... Graças a Deus, tanta gente faz o bem onde
quer que se encontre. E não é esta a essência de nossa religião, de nossa
fé? Não é este o segredo do Cristianismo?
Quando o Papa Francisco, logo em seu primeiro discurso
no Brasil, pedia licença para entrar em nosso coração – pois sabia que para
chegar aos brasileiros deveria ser pela porta do coração! – logo me lembrei do
jeito de Jesus! Era assim mesmo que Ele fazia: olhava fundo, por traz dos
olhos, na alma! Era um olhar de amor! Do Deus Amor!
Toda a
Igreja é chamada a testemunhar o Amor de Deus: não só através do discurso, da catequese, das canções, dos rituais...
sobretudo através do testemunho diário! Que
linda vocação: chamados para testemunhar o amor! Casados ou solteiros,
religiosos ou presbíteros, homens ou mulheres, em todas as estações da vida: o
Senhor nos chama, nos aponta o caminho, nos envia em missão e permanece
conosco! “Ide e fazei discípulos entre todas as nações!” (Mt 28,19). E mais:
“Eu estarei convosco até os confins do mundo!” (v.20).
A Jornada Mundial da Juventude foi um presente de Deus
para nós! A presença de Francisco entre nós foi mais um desses “exageros” de
Deus para nos recordar a importância da vivência do amor: “Vai e faze o
mesmo!”. Com uma exortação: “Mas não façam como os fariseus” (Mt 23,3). Diante de apelos tão eloqüentes, qual será
a nossa resposta?
Pe. Auricélio Costa
– Promotor Vocacional
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