No final da tarde de 8 de abril, eu e três seminaristas, fomos à Imaruí. Antes de achegar na cidade, fizemos uma devida e habitual parada na Gruta da Mãe Rainha, em Figueira Grande. Com a bênção de Nossa Senhora, prosseguimos viagem.
Decidimos margear a lagoa, passando pelas encostas de Taquaraçutuba e Prainha. Quando chegamos à Imaruí, o sol já estava se pondo no horizonte, além da lagoa, por traz das lindas montanhas. Ainda foi possível visitar a Praia da Rosa e brincar no trapiche.
Algumas ruas estavam bloqueadas pela Polícia Militar devido a instalação das barracas de camelôs e para que as pessoas pudessem transitar com maior segurança.
Aliás, embora esta terra tenha sido chamada de Vila de São João Batista, logo se tornou a Imaruí do Senhor dos Passos. Foi este título que dei ao meu primeiro livro sobre a história deste município.
Tradicionalmente, a festa de Passos em Imaruí é a mais concorrida da região. Milhares de pessoas chegam à pequena cidade do nosso litoral para reverenciar as lindas imagens de Jesus e de Maria e prestar o seu culto ao Deus da vida.
Uma das cerimônias mais significativas desta Festa ocorre na sexta-feira que antecede o 5º domingo da Quaresma: o Domingo da Paixão. É a novena de Cerramento e a Procissão do Silêncio.
Neste ano, à convite da Irmandade do Senhor Bom Jesus dos Passos, eu presidi a Novena. Durante a celebração houve leitura e reflexão da Palavra de Deus. Nesta ocasião, pude fazer um encontro particular com a devoção ao Senhor dos Passos. E cantei a canção “Amar – nossa primeira vocação”.
A Associação Coral Senhor do Bom-fim, de Cangueri Quadro da Capela, do interior de Imaruí, sob a regência do maestro Antônio Costa (o Toninho), animou a celebração e cantou a Ladainha de Nossa Senhora em latim.
Após o rito da Comunhão, a imagem de Passos, cerrada em uma caixa de pano roxo, recordando o jeito como ela chegou misteriosamente na cidade há mais de 150 anos, foi transladada pelos fiéis à sua antiga capela. Esta capela foi construída pela Irmandade e dista da matriz cerca de um quilômetro.
A marca desta procissão é que ela é toda realizada em silêncio, lembrando ao povo o sentido penitencial da Festa de Passos.
Ao longo da caminhada, meu afilhadinho Alexander passou a caminhar ao meu lado. Em baixa voz, expliquei-lhe o por quê daquele caixote onde estava a imagem e lhe orientei para que nunca deixe esta devoção acabar.
Fiquei muito emocionado por rever tantos irmãos de caminhada e alguns amigos que me ajudaram a ser o padre que sou.
Povo bom este de Imaruí! Povo que lotou a bela igreja matriz e que reverenciou as imagens do Senhor dos Passos e da Senhora das Dores. Povo santo! Povo de Deus!
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